¬ "Eu te recebo de pés descalços: esta é minha humildade e esta nudez de pés é a minha ousadia." Clarice ♥
sexta-feira, 30 de maio de 2014
... Se eu disser que gosto, é de verdade... Se eu pedir ajuda, é porque
confio... Se oferecer ajuda, é por prazer em fazer o bem... Se eu
desabafo e compartilho objetivos e metas, é por acreditar que minha
alegria seria também a sua... Mas quando eu sinto que não há
reciprocidade, eu simplesmente silencio e saio de cena...
quinta-feira, 29 de maio de 2014
quarta-feira, 28 de maio de 2014
Refletir...
“ …as bandeiras não tremulam, apitos, camisetas… estão encalhados nas lojas… O Brasil às vésperas da Copa, não está vibrante em verde e amarelo. O Brasil está vermelho. Vermelho de vergonha. Vermelho de ver tanta corrupção. Vermelho de ver tanta ‘maracutaia’, tanta ‘cara de pau’ dos nossos governantes. Estamos vermelhos vendo grande parte de nossos políticos e poderes sendo calados e comprados pela corrupção O PT conseguiu tirar o brilho até do que o brasileiro mais gosta… É vermelho tingindo de corrupção nosso verde e amarelo…!”
(Uns dizem que o texto é um trecho de uma entrevista dada por Zagalo à um jornal carioca, outros dizem que foi inventado para criar polêmica. O fato é que mesmo com autoria duvidosa, o texto é extremamente verdadeiro)
&&
"Amar talvez seja isso: Descobrir o que o outro fala mesmo quando ele não diz. "
(Pe. Fábio de Melo)
(Pe. Fábio de Melo)
sexta-feira, 23 de maio de 2014
"Existe este jogo de parquinho que as crianças brincam. Eles entrelaçam seus dedos e quando terminam de contar até três, tentam tirar os dedos uns dos outros. Você adia enquanto pode ou pelo menos mais do que a outra pessoa.
O jogo não termina até que alguém diz “pare”, desiste, e pede por misericórdia. Esse não é um jogo divertido. No jogo de misericórdia quando uma criança chora, o outro escuta e a dor para.
Você não gostaria que fosse assim tão fácil agora? Não é mais um jogo e nós não somos mais crianças. Você pode pedir por misericórdia o quanto quiser, mas ninguém está escutando. É só você gritando para o vazio.”
(Grey’s Anatomy)
segunda-feira, 19 de maio de 2014
"Enumero proposições como: a ser uma pessoa menos banal, a ser mais forte, mais seguro, mais sereno, mais feliz, a navegar com um mínimo de dor. Essas coisas todas que decidimos fazer ou nos tornar quando algo que supúnhamos grande acaba, e não há nada a ser feito a não ser continuar vivendo”.
. (Caio Fernando Abreu)
sexta-feira, 16 de maio de 2014
quinta-feira, 15 de maio de 2014
&&
Te espero, me espero
Espero
que você me perdoe. Nem sempre sei como agir. Às vezes machuco com o
que deixo de dizer ou com aquela palavra que sai apressada pela boca.
Espero que você me aceite. Não consigo ser melhor em tudo, mas faço o
que está ao meu alcance. Espero que você me compreenda. Às vezes tenho
preguiça ou falta de vontade. Me desculpe por ser assim. Espero que você
me acolha. Não gosto de admitir, mas sou sensível ao extremo e cheia de
fraquezas e fragilidades. Espero que você me admire. Gosto quando seu
olhar brilha com minhas conquistas, ainda que sejam pequenas demais
perto dessa imensidão que é o mundo. Espero que você me dê apoio. Sei
que a vida é muito melhor quando nos dividimos e seguramos bem forte um a
mão do outro. Espero que você realmente me veja como sou. E mesmo assim
me ame. Espero que você seja livre. Você não me pertence, eu não te
pertenço. Estamos juntos para trocar, amar, cuidar, crescer e aprender.
Você é do mundo. E se algum dia tiver que partir não vou te prender. Mas
vou seguir te amando.
Espero que eu me encontre. Sei que muitas vezes a vida faz com que a
gente se perca, se deixe, esqueça do que é importante. Espero que eu
mantenha a calma. O dia a dia e as adversidades fazem com que nem sempre
eu lembre de respirar e relaxar os ombros. Espero que eu me perdoe.
Quem já não fez burrada neste vida? Quem não tem arrependimentos? Espero
que eu cresça. Ser criança é bom e seguro, mas seguir em frente é
preciso e um grande aprendizado. Espero que eu não perca a minha fé.
Muitas vezes a gente duvida, se desespera, desacredita. Espero que eu
tenha sempre força. Sei que nada é mais pesado e doloroso do que podemos
carregar. Espero que eu me ame. Pode soar papo-pra-boi-dormir, mas
antes de poder demonstrar amor por outra pessoa é preciso sentir amor
por tudo que você é.
Por
Clarissa Corrêa
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❝ É madrugada de um dia no qual fizemos nada e tudo, se é que me entende. Sei que sim.
Depois de um emaranhado de palavras ditas e não ditas - e eu sou obrigada a dizer que você é a minha pessoa favorita no mundo inteiro pra conversar, seja lá o que for - deito a cabeça no seu ombro e só acordo no dia seguinte.
Frequentemente isso acontece comigo. Dormir sem lembrar bem ao quando, embora isso só aconteça, de fato, quando ao lado de alguém que inspira uma segurança aparentemente vinda de um outro universo e as pessoas que inspiram isso, pouquíssimas, conto nos dedos de uma mão.
De manhãzinha, o corpo acordando aos poucos, ainda preguiçoso, dá gosto olhar você dormindo. Vez em quando pego na sua mão, faço um carinho, de levinho, e você responde apertando a minha mão contra o seu peito.
Acho que nunca disse, talvez, quer dizer, muito provavelmente, por distração. Mas eu acho tão bonito isso. Muito mesmo. Dentre várias outras coisas que você faz e diz, eu simplesmente adoro essa coisa do involuntário. E não é só a respeito do sono. Aprecio isso na gente, de maneira geral. Somos involuntários.
Quando vê, já fomos. Quando vê, já dissemos. Quando vê, já somos. Juntos.
Tudo que mais gostamos e admiramos. Inclusive um ao outro.
”Quando eu crescer quero ser como você.” - Quantas vezes me passou isso pela cabeça e soa engraçado pra qualquer outra pessoa. Anyway, você é uma pessoa incrível e o admiro desde da cabeça até o dedinho mindinho do pé, que eu amo. ❞
— Aghata Paredes.
Depois de um emaranhado de palavras ditas e não ditas - e eu sou obrigada a dizer que você é a minha pessoa favorita no mundo inteiro pra conversar, seja lá o que for - deito a cabeça no seu ombro e só acordo no dia seguinte.
Frequentemente isso acontece comigo. Dormir sem lembrar bem ao quando, embora isso só aconteça, de fato, quando ao lado de alguém que inspira uma segurança aparentemente vinda de um outro universo e as pessoas que inspiram isso, pouquíssimas, conto nos dedos de uma mão.
De manhãzinha, o corpo acordando aos poucos, ainda preguiçoso, dá gosto olhar você dormindo. Vez em quando pego na sua mão, faço um carinho, de levinho, e você responde apertando a minha mão contra o seu peito.
Acho que nunca disse, talvez, quer dizer, muito provavelmente, por distração. Mas eu acho tão bonito isso. Muito mesmo. Dentre várias outras coisas que você faz e diz, eu simplesmente adoro essa coisa do involuntário. E não é só a respeito do sono. Aprecio isso na gente, de maneira geral. Somos involuntários.
Quando vê, já fomos. Quando vê, já dissemos. Quando vê, já somos. Juntos.
Tudo que mais gostamos e admiramos. Inclusive um ao outro.
”Quando eu crescer quero ser como você.” - Quantas vezes me passou isso pela cabeça e soa engraçado pra qualquer outra pessoa. Anyway, você é uma pessoa incrível e o admiro desde da cabeça até o dedinho mindinho do pé, que eu amo. ❞
&&
❝ Você pode conhecer vinte caras bonitos e que
te entendem muito bem, dez caras legais que cuidam de você como se fosse
um diamante precioso, uns outros tantos inteligentes, atraentes,
bacanas e engraçados em ordem aleatória. Nenhum deles te encanta. Por
que? Falta o tão chamado click, aquele jeito especial que ninguém
explica. Pode ser o jeito de mexer no cabelo, a forma como ele te olha,
que conversa contigo ou até mesmo um jeito secreto que nem o profeta
mais sábio percebe, mas que está lá, você pode ver. Entre tantos
milhares, talvez um ou outro se salve ao filtro do “jeito”, e daí você
percebe: é esse que eu quero abraçar e não largar mais, com quem eu
quero me enrolar embaixo de cobertores e com quem eu quero dividir todos
meus segredos. Baseado no quê? Num jeito inexplicável ao resto do
mundo. ❞
— Martha Medeiros
&&
❝ E de repente me dá uma saudade. Em especial de
tudo que transformamos (pra melhor) quando juntos. Porque é isso que eu
sei fazer depois que você apareceu.
Às vezes, querendo ou não, acabamos por idealizar muito as coisas e elas acabam se perdendo. Com você foi justamente ao contrário e talvez isso torne tudo mais bonito. Foi natural, a gente se curtindo cada dia um pouquinho mais, descobrindo coisas em comum, coisas diferentes um do outro, manias, apreços. Os olhares se encontrando com intensidade. Vontade enorme de que desse certo, porque eu sabia que as chances de eu encontrar alguém que o papo fosse tão bom e fluísse sem o mínimo de esforço, seriam mínimas. Talvez inexistentes. A gente nunca sabe, apesar de. Apesar da torcida (a maior até então).
De alguma maneira, ao longo do tempo, eu percebi que quando eu estava com você, eu podia ser eu mesma e dizer, sendo besteira ou não, qualquer coisa. Com ou sem sentido. Mesmo sabendo que se não fizesse você riria da minha cara dizendo a frase de sempre: ”Isso não faz sentido nenhum né?”
Clichê. Mas o mundo ficou bem mais bonito desde a sua chegada. Porque mesmo que eu vasculhe todas as palavras que existem e mesmo o ”eu te amo”, nem mesmo ele traduz o que e como você me faz sentir. Quando se joga no sofá, de um jeito tão singular, comendo pizza igual um monstrinho e assistindo Friends comigo. Quando canta no chuveiro e eu digo que sua voz é linda, especialmente aquela do Crash test dummies. Quando com o mesmo amor que você me faz carinho e eu me sinto a pessoa mais protegida e amada do mundo, você utiliza a malícia pra despertar em mim os instintos mais animalescos e eu desejo você como nenhuma outra coisa. Quando a gente compartilha do box do banheiro e você faz as suas gracinhas e eu me divirto. Quando, distraído, você lê alguma coisa interessante e eu sempre fico curiosa pra saber o que e de quem é. Porque tudo que vem de você me interessa e eu gosto tanto dessas nossas trocas.
Anyway, você representa tanto pra mim que mesmo isso escrito e todos os outros textos já escritos sobre você, não dizem com precisão o que se passa por esta cabecinha de vento e esse coração que já não cabe tanto amor mas que, mesmo assim, faz questão de amar cada dia mais. ❞
— Aghata Paredes.
Às vezes, querendo ou não, acabamos por idealizar muito as coisas e elas acabam se perdendo. Com você foi justamente ao contrário e talvez isso torne tudo mais bonito. Foi natural, a gente se curtindo cada dia um pouquinho mais, descobrindo coisas em comum, coisas diferentes um do outro, manias, apreços. Os olhares se encontrando com intensidade. Vontade enorme de que desse certo, porque eu sabia que as chances de eu encontrar alguém que o papo fosse tão bom e fluísse sem o mínimo de esforço, seriam mínimas. Talvez inexistentes. A gente nunca sabe, apesar de. Apesar da torcida (a maior até então).
De alguma maneira, ao longo do tempo, eu percebi que quando eu estava com você, eu podia ser eu mesma e dizer, sendo besteira ou não, qualquer coisa. Com ou sem sentido. Mesmo sabendo que se não fizesse você riria da minha cara dizendo a frase de sempre: ”Isso não faz sentido nenhum né?”
Clichê. Mas o mundo ficou bem mais bonito desde a sua chegada. Porque mesmo que eu vasculhe todas as palavras que existem e mesmo o ”eu te amo”, nem mesmo ele traduz o que e como você me faz sentir. Quando se joga no sofá, de um jeito tão singular, comendo pizza igual um monstrinho e assistindo Friends comigo. Quando canta no chuveiro e eu digo que sua voz é linda, especialmente aquela do Crash test dummies. Quando com o mesmo amor que você me faz carinho e eu me sinto a pessoa mais protegida e amada do mundo, você utiliza a malícia pra despertar em mim os instintos mais animalescos e eu desejo você como nenhuma outra coisa. Quando a gente compartilha do box do banheiro e você faz as suas gracinhas e eu me divirto. Quando, distraído, você lê alguma coisa interessante e eu sempre fico curiosa pra saber o que e de quem é. Porque tudo que vem de você me interessa e eu gosto tanto dessas nossas trocas.
Anyway, você representa tanto pra mim que mesmo isso escrito e todos os outros textos já escritos sobre você, não dizem com precisão o que se passa por esta cabecinha de vento e esse coração que já não cabe tanto amor mas que, mesmo assim, faz questão de amar cada dia mais. ❞
❝ Como se mede uma pessoa? Os tamanhos variam
conforme o grau de envolvimento. Ela é enorme pra você quando fala do
que leu e viveu, quando trata você com carinho e respeito, quando olha
nos olhos e sorri destravado. É pequena pra você quando só pensa em si
mesmo, quando se comporta de uma maneira pouco gentil, quando fracassa
justamente no momento em que teria que demonstrar o que há de mais
importante entre duas pessoas: a amizade. Uma pessoa é gigante pra você
quando se interessa pela sua vida, quando busca alternativas para o seu
crescimento, quando sonha junto. É pequena quando desvia do assunto. Uma
pessoa é grande quando perdoa, quando compreende, quando se coloca no
lugar do outro, quando age não de acordo com o que esperam dela, mas de
acordo com o que espera de si mesma. Uma pessoa é pequena quando se
deixa reger por comportamentos clichês. Uma mesma pessoa pode aparentar
grandeza ou miudeza dentro de um relacionamento, pode crescer ou
decrescer num espaço de poucas semanas: será ela que mudou ou será que o
amor é traiçoeiro nas suas medições? Uma decepção pode diminuir o
tamanho de um amor que parecia ser grande. Uma ausência pode aumentar o
tamanho de um amor que parecia ser ínfimo. É difícil conviver com esta
elasticidade: as pessoas se agigantam e se encolhem aos nossos olhos.
Nosso julgamento é feito não através de centímetros e metros, mas de
ações e reações, de expectativas e frustrações. Uma pessoa é única ao
estender a mão, e ao recolhê-la inesperadamente, se torna mais uma. O
egoísmo unifica os insignificantes. Não é a altura, nem o peso, nem os
músculos que tornam uma pessoa grande. É a sua sensibilidade sem
tamanho. ❞
— Martha Medeiros.
&& - Preto
Eu quero te pedir perdão, sei que tenho andado um pouco relapsa com a
nossa história. Sei que você não tem obrigação de me aceitar do jeito
que sou, de me perdoar por tantos erros, de suportar minhas mudanças de
humor, de tolerar meus medos infinitos, de engolir meu lado sombrio, de
preencher meu vazio existencial e de me carregar no colo quando minhas
forças não são fortes o suficiente. Me desculpa, sei que nem sempre sou
divertida, inteligente, sexy, amorosa e gentil como deveria. Me
desculpa, sei que andei um pouco ausente, sem vontade de te contar tudo
aquilo que me aflige. Sinto um pouco de vergonha por ter saído à
francesa da sua vida. Mas eu voltei. E isso deve ser bom para nós. Por
favor, diga que me aceita de volta, de braços, coração e sorriso
abertos. Preciso de você, do seu ouvido, do seu carinho sincero, da sua
paciência. Preciso que você entenda que nem sempre consigo entender esse
mundo cheio de angústias. Mas quero que saiba que a partir de agora vou
me esforçar para melhorar um pouco isso que a gente chama de amor. Se
você ainda me quiser estarei aqui.
Por Clarissa Corrêa | |
Por Clarissa Corrêa | |
terça-feira, 13 de maio de 2014
"Se
por um instante Deus se esquecesse de que sou uma marionete de trapo e
me presenteasse um fragmento de vida, possivelmente não diria tudo o que
penso mas em definitivo pensaria tudo o que digo. Daria valor as
coisas, não pelo que valem, senão pelo que significam. Dormiria pouco,
sonharia mais, entendo que por cada minuto que fechamos os olhos,
perdemos sessenta segundos de luz.Andaria quando os demais se detêm,
despertaria quando os demais dormem."
(Gabriel Garcia Márquez)
sábado, 10 de maio de 2014
Para todos os amores errados
Sempre fui geniosa. Opinião forte, do tipo que defende quem ama e não leva desaforo para casa. Quando gosto fica estampado na minha cara. E quando não gosto meu sorriso não sabe usar máscara. Por mais que eu tente não consigo disfarçar. Quando vejo estou fazendo, ainda que sem querer, caras, bocas e caretas. É quase impossível controlar.
Nunca fui de beijar qualquer um. Sempre respeitei minha boca e meus sentimentos. As paixões iam e vinham rápido demais. Não me prendia a ninguém. Gostava do agito, do flerte, da sensação de seduzir, do poder. Acho que toda mulher tem esse lado: a gente quer ser diva, deusa, idolatrada, desejada. Faz parte do universo feminino. Os homens querem conquistar, nós queremos o desejo. A gente quer o desejo deles. Eles querem despertar o desejo. Dupla dinâmica, junta a fome e a vontade de devorar cada pedacinho.
Um dia me apaixonei loucamente. Não era amor, hoje eu sei. E hoje eu sei porque virei outra pessoa. Acho que o amor de verdade faz a gente se encontrar, se aceitar, dizer sim para o outro e para o espelho. Amor inventado, de mentirinha, de momento serve pra gente se transformar em alguém que não é. Difícil entender? Também acho, por isso precisei viver. Como eu já disse, as experiências dos outros nunca me serviram de lição, preciso cair, dar com a cara no paralelepípedo, me ralar inteira. Só assim aprendo, só assim consigo entender todas as partes do quebra-cabeça. Porque a vida da gente é isso: pecinha que junta em outra pecinha. E tudo vai tomando forma, tudo vai fazendo algum sentido (será?).
Então me apaixonei. É, eu tava apaixonada. Naquela época eu escrevia muito, uma necessidade horrenda de colocar tudo pra fora, de fazer ele entender meu quase amor. Eu passei a não fazer as coisas que gostava. Se ele gostava de rock eu gostava de rock. Se ele gostava de Paris ou Renda nas unhas, eu pintava de Paris ou Renda. Logo eu, que sempre gostei de cores escuras. Se ele gostava de morenas eu pintava o cabelo. Logo eu, que tenho a pele clara, sou sardenta e tenho cabelo claro. Se ele não gostava de decotes eu saía na rua vestida de astronauta. E assim fui indo. E um dia me olhei no espelho: cadê eu? Me perdi no meio de tudo, no meio dele, no meio de mim, no meio da história, no meio desse amor de mentira. Aquilo era irreal. Mas meu peito doía. Meu coração chorava. Eu sofria inteira. Inteirinha.
Cada vez que ele dizia vem eu ia. A cada palavra áspera dele eu me tornava mais e mais infeliz. E o pior de tudo é que gostava de ir me afundando nessa infelicidade. Me agarrava em momentos felizes, que eram raros. Só que eram bons. A gente tem a estranha tendência de ficar colada na parte boa. A memória nos trai. É difícil aceitar as coisas como são, colocar na balança e ver: me faz mais mal ou mais bem? O que ganha nessa conta maluca? É difícil tirar os óculos de coração e ver a vida como é, sem tempero, sem sal, sem mostarda, sem gosto nenhum: crua. E eu tinha medo, muito medo de perder ele. Podia me perder, mas perder ele estava fora de cogitação. Enlouqueci. Escrevi cartas. Bilhetes. Liguei. Chorei. Implorei. Pedia pelo amor de Deus, não me trata assim. Pelo amor de Deus, fica comigo. Pelo amor de Deus, me ouve. Pelo amor de Deus, vamos fazer dar certo, juro que pinto as unhas de Renda ou Paris, esqueço o decote, nunca mais falo palavrão, sim, pois moça de família não fala palavrão, nem tem opinião, é mandada pelo homem e acha tudo muito natural, meu senhor. Prometo ser a Amélia perfeita. Prometo não brigar, não ser eu mesma, não ter ataque. Pelo amor de Deus, não me deixa aqui sozinha.
Então ele casou. Com outra. E eu bebi uma garrafa de champanhe inteira. Da boa, porque tomar trago com bebida sem qualidade dá uma dor de cabeça maluca. Eu bebi, chorei, bebi, chorei, chorei e bebi. Tive a fase da raiva, da saudade, dos questionamentos. Por quê? Por que todo mundo tem um amor, um emprego, é feliz e eu sou uma azarada? Por que tem tanta gente cretina no mundo e eu, logo eu, sou tão legal com todo mundo e só me ferro? Por que a vida é tão injusta? Por que tudo que eu faço não dá certo? Depois dessas fases, tive a fase de brincar de estátua. Sim, a gente vira estátua. Não tem muita vontade de sair, de se divertir, de rir, de brincar, de nada. Normalmente é aquela fase das músicas bregas e filmes de chorar. Se é pra sofrer que seja com elegância, nada de limpar o nariz e secar lágrimas com papel toalha, vamos usar lencinho de papel. É mais suave e não irrita o nariz.
Demorou um tempo, mas passei a me enxergar. Primeiro, comecei a me valorizar mais. Segundo, fiz as pazes com meu espelho. Terceiro, descobri que quem me ama tem que gostar de cada pedaço podre meu. Eu tenho, você tem, todo mundo tem. A gente ama quando aceita o lado ruim do outro. Aceitar as qualidades é tão fácil. Na hora de conviver com cada defeito o bicho pega. E pega de jeito. Vi que não posso querer agradar. Vi que a minha melhor amiga sou eu. Vi que quem gosta de mim tem que me aceitar. A palavra é essa: aceitação. E pra começar qualquer coisa a gente precisa ter orgulho de quem é. Quando eu aceitei tudo isso e me encarei de frente, encontrei um barbudo de olhos verdes. Ele se transformou no amor da minha vida. E também não gosta de Paris ou Renda. Sorte a minha, sorte a nossa.
Clarissa c.
"Venho
percebendo aos poucos e ainda assim, de modo assustador, surpreendente e
bonito, a complexidade do ser humano. Podemos ser observados,
caracterizados, podemos nos expressar e usar todas as possíveis palavras
e ainda assim, o que sentimos continuará único e singular. Você pode
entender, mas jamais conseguirá sentir ou ser o outro. E assim como os
sentimentos, nós também somos únicos."
(Nara Murta)
“Não
há ser humano lúcido que não reaja com estupidez e nem outro tranquilo
que não tenha seus momentos de desespero. Devemos ter consciência de que
somos uma massa de seres humanos imperfeitos vivendo em uma sociedade
de pessoas imperfeitas. Você vai frustrar as pessoas próximas e elas
irão frustrá-lo. Por isso, o código da tolerância não é uma opção nas
relações humanas, mas uma necessidade insubstituível.”
(Augusto Cury)
"Eu queria te contar que não dói mais. Só que agora não importa tanto o que você vai pensar sobre isso. Queria que você soubesse que já vi nossos filmes milhares de vezes e nem chorei. Ok, chorei. Mas pelo filme, e não por você. Queria que você soubesse que tirei a poeira das nossas músicas, e que as ouço quase todos os dias. Porque elas me faziam mais falta do que você fez”.
(Caio Fernando Abreu)
Roger
Acredito que foi a sua capacidade de me deixar feliz em questão de segundos, a voz como quem a qualquer momento vai soltar um riso ainda que a situação seja das mais desapropriadas.
Acredito que foi o sorriso lindo que me fez por vezes tremer e tremer… foi o jeito como conversava comigo sem se importar com mais nada em volta no mundo inteiro.
Deve ter sido a maneira de dizer “te amo” que me fez te querer tanto a ponto de doer a cada vez que falava contigo e depois tinha que me despedir…
Talvez tenha sido a sua maneira de me ensinar suas palavras e aprender as minhas, a maneira de me fazer confrontar a mim mesma pra eu perceber verdades importantes… esse som da sua voz que não me deixa te esquecer, e o seu interesse por um monte de coisas minhas que eu mesma julgava desinteressante.
São essas e outras coisas que me fazem te amar a cada dia mais e encontrar todos os dias novos motivos pra te admirar e respeitar, e cuidar, e querer sempre mais perto…
Que faz o peito apertar só de pensar em não te ter mais aqui todo fim de noite… de não receber mais sua msg de bom dia e de não ter mais o carinho que só você sabe dar e que paralisa minha alma no momento em que estamos juntos.
Porque eu amo a sua presença e esse tanto de coisas que só encontrei quando te conheci.
E te digo que não espero nada além de ser quem você recorda quando tem certeza de que não está só.
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