quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Hoje, pela primeira vez na vida, vi uma porta aberta e não quis sair. Aqui nos seus braços tá confortável, quentinho, numa boa, dá vontade de ficar. Tudo bem que não é um hotel cinco estrelas e nem nada muito luxuoso, mas veja bem, há uma vista panorâmica do futuro. Tem futuro, caramba! Com ele perto eu sonho, com ele longe eu também sonho, o que é estranho, porque eu quase nunca sonho. Eu quase nunca jogo conversa fora com alguém por mais de 20 minutos. Mas com ele, poxa, com ele eu faço tudo errado. Com ele eu perco o foco, saio de linha, mudo de cena, me sinto vulnerável. Passei minha vida inteira me convencendo de que não preciso de espécie nenhuma para ser feliz, ai me aparece uma meia criatura – porque ele não chega a ser alguém inteiro – e me transforma num tipinho sem tipo. Do seu tipo. O que é um absurdo pra quem já mudou muito consigo mas nunca com ninguém. Se é que você vai entender. Nunca gostei dessa gente que me faz abrir os lábios e transformar a minha cara em uma careta estranha. E ele é assim. Um tipinho idiota de cara que me faz não conseguir fechar os lábios por dois segundos quando penso em algo como, os seus dedos. Ou o pedaço pequeno da unha. E, o pior de tudo, é que eu chego a achar meu sorriso bonito perto dele. Idiota, mas bonito. Vem de dentro pra fora, e volta pra dentro e entorpece as minhas manias absurdas de querer me trancar em uma caixa. Eu não consigo me trancar com ele por perto. Como se de repente o ato de respirar dependesse do tempo que ele demora pra chegar. Isso me assusta. Não, isso me joga em um abismo e me faz querer correr por duas milhas inteiras só pra não ser dele, só pra não ser sua. Mas tá tudo tão confortável aqui nos seus braços.

— Thiara Macedo & Danielle Quartezani.  

Nenhum comentário: