segunda-feira, 28 de maio de 2012

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Ela gostava quando, depois de muito tempo calada, ele pegava no seu queixo perguntando: “o que foi, guria?” Ele gostava quando ela dizia: “sabe, nunca tive um papo com outro cara assim que nem tenho com você”. Ela gostava quando ele dizia gozado “você parece uma pessoa que eu conheço há muito tempo”. E de quando ele falava: “calma, você tá tensa, vem cá”, e a abraçava e a fazia deitar a cabeça no ombro dele para olhar longe, no horizonte do mar, até que tudo passasse, e tudo passava assim desse jeito. — Caio Fernando Abreu

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