sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Carta para você, queridinha.
Por Clarissa Corrêa 

Não gosto do seu jogo sujo, dos seus golpes baixos, das palavras que saem da sua boca maldosa. Não suporto sua cara de sonsa, seu jeitinho brasileiro de arrumar vantagem em tudo, sua falta de decência ao comprar pessoas. Não tolero essa sua mania de ser a falsa bobinha, de se fazer de santa e forçar amizade com alguém que possa lhe dar algo em troca.

Sua voz me dá arrepios, sua eterna mania de dizer que é sincera e legal faz meu estômago embrulhar. Desculpa, queridinha, mas ninguém é sincero e legal em todos os segundos da existência. Eu, por exemplo, neste exato momento não estou sendo legal dizendo tudo isso que penso de você. E também não estou sendo sincera, já que ser sincero não é dizer tudo que pensa. Ser sincero é ter jeito para falar o que acha. Despejar e vomitar na cara do outro tudo que você pensa sobre ele é ser grosseiro mesmo. E eu sou bem grosseira de vez em quando, minha querida.

Vamos parar com essa falsidade toda? Por favor, cresça. Cresça e apareça. Pare de tentar subir na vida comprando gente e fingindo ser a pessoa mais descolada, docinha e fofa do planeta. Você não é. Pare de tentar mostrar que tem uma vida agitada, perfeita, que anda sempre bem penteada, feliz e saltitante. O mundo nem sempre é assim, querida. As manhãs bem dormidas fazem com que a gente acorde descabelada. Para de tentar vender essa imagem de mulher bem resolvida, que dá conta de tudo. Assuma quem você é, sem medo de ser feliz. E, principalmente, viva intensamente a sua vida. Não a dos outros. Pare de fofoca, intriguinha e blábláblás. Eu tô aqui pra dar o melhor de mim. E não vou aceitar o seu pior. Guarde ele pra outra pessoa. E vá com Deus.

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