sexta-feira, 28 de março de 2014

A falta de aceitação
Por Clarissa Corrêa

Fiquei pensando no que fazemos com os outros e com a nossa própria sanidade. Confesso que me assustei ao constatar que somos muito maldosos. Olhamos primeiro para o ponto fraco do outro e, não contentes, rimos e sapateamos em cima de todas as dores que ele carrega em sua extensa e pesada bagagem. Como é fácil olhar para outra pessoa e detectar todas as imperfeições que ela tem. Como é fácil, inclusive, ser leviano e usar essas imperfeições contra ela. Difícil mesmo é se colocar no lugar do próximo. Difícil mesmo é fingir ser quem não é apenas para ser aceito, querido, amado. Já parou pra pensar que o outro, de tanto ser criticado, pode acabar mudando sua essência SÓ para agradar o resto da humanidade? Já parou para analisar que uma palavra fora do tom pode causar um rebuliço interno em quem ouviu? Temos uma responsabilidade muito grande ao lidar com as pessoas. Temos que aceitá-las como são.

E agora te pergunto: nós nos aceitamos como somos? Temos que ser bons em tudo. Nos olhamos no espelho e tentamos a todo custo encobrir nossas falhas. Queremos ser lindos, inteligentes, poderosos. Para quê? Para quem? Para receber aplausos, flores, elogios. Para nosso ego sorrir. Muitas vezes carregamos uma série de culpas de todos os números e cores, que pesam os ombros ao final de cada dia. Junto com elas, vem aquele e se. E se eu tivesse feito, e se não tivesse desistido, e se não tivesse dito. E se você parasse agora de se criticar, cobrar e não perdoar? E se você e eu aceitássemos de uma vez por todas as nossas imperfeições? Tenho certeza que o mundo ficaria mais leve.

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